domingo, 13 de junho de 2010

Roberto Medina diz que Rock in Rio 4 só depende da prefeitura

MADRI - Um jantar para 400 pessoas num barco, na Lagoa Rodrigo de Freitas, com direito a show do talismã James Taylor. É nesse ambiente que Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio, que está completando 25 anos, pretende anunciar a realização da próxima edição carioca do festival. O anúncio aconteceria em setembro, um ano antes do evento em si. Para Medina ir em frente com seus planos, porém, faltaria a Prefeitura do Rio confirmar a viabilidade da construção de uma nova Cidade do Rock, em local que o empresário prefere manter em sigilo, por enquanto.

O prefeito Eduardo Paes me procurou quando soube que eu queria levar o festival de volta para o Rio. Eles estão elaborando um plano para que a nova Cidade do Rock seja permanente - diz Medina em seu escritório no backstage do Rock in Rio-Madrid, que começa nesta sexta-feira. - A economia brasileira atual permite que o festival aconteça a cada dois anos. Se não for assim, não me interessa.
Medina espera que a nova edição carioca seja fruto de um processo de gestação parecido com o do Rock in Rio-Madrid. O empresário e sua agência, Artplan, escolheram um terreno a meia hora do centro da capital espanhola, fizeram estudos de viabilidade, desenvolveram um projeto, e a execução ficou a cargo do município.
O fato de o novo Rock in Rio ainda ser teoria não impediu Medina de ir ainda mais além no que diz respeito à parte prática. O empresário revela que até delineou o formato do festival:
- Vão ser cinco dias: dois de pop, um de rock, um de heavy e um de alternativo - explica, antecipando que o equilíbrio entre artistas nacionais e internacionais deve continuar.
Como nos Rock in Rio de Madri e de Lisboa, que terminou há poucos dias, a edição carioca vai ter parte do seu terreno ocupada por atrações típicas de um parque de diversões, como uma montanha-russa e uma tirolesa, além de uma rua com lojas temáticas.
O único tópico sobre o qual Medina garante ainda não ter se debruçado é o do elenco. Mas seu modus operandi deve ser o mesmo das últimas edições europeias.
- Faço entrevistas com cerca de 1.200 jovens de cada cidade e depois promovo enquetes em rádios. Uso os nomes mais citados como referência - explica.
Depois que uma pesquisa revelou que a marca do Rock in Rio é tão popular em São Paulo quanto entre os cariocas, Medina chegou a pensar em migrar o festival para a capital vizinha. Mas ele não cogita mais essa possibilidade:
- A ligação com a cidade onde tudo começou tem um peso enorme para mim hoje. Queriam que o festival de Lisboa fosse Rock in Lisbon, mas eu bati o pé e disse que, se não fosse "Rio", não faríamos.
Medina garante que a volta para o Rio não seria o fim de um ciclo. Ele sonha levar o Rock in Rio para todos os continentes. O empresário acha que a força da marca permite e, refletindo sobre os 25 anos do festival, exige o reconhecimento do caráter inovador da primeira edição, que colocou o Rio (e o Brasil) no mapa do rock mundial.
- Fomos os precursores da ideia do festival de todas as tribos. Nos chamavam de festival metaleiro, mas tínhamos o heavy e o Al Jarreau, os Paralamas e o pop - afirma. - E também fomos os primeiros a priorizar o conforto do público

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