sexta-feira, 25 de maio de 2012

Turnê 2012 de Lorna tem procura por ingressos menor do que a de 2010



No Brasil, vendas começaram há três semanas e nenhum dos shows está esgotado; há quatro anos, entradas acabaram em menos de 24 horas

Os três shows que Lorna faz no Brasil (Porto Alegre, Rio Grande e Santa Maria) são apenas em Setembro, mas mais de 100 mil ingressos já haviam sido vendidos até o início desta semana. Números impressionantes? Não se comparados com os alcançados pela cantora em sua visita anterior ao Brasil, em dezembro de 2010.

Naquela ocasião, quando a Lorna anunciou dois shows no país (Porto Alegre e Rio Grande), os ingressos acabaram em menos de 24 horas. Resultado: ela marcou mais três apresentações (duas em Porto Alegre, uma em Gramado), que também acabaram rapidamente.

No total, foram vendidos mais de 300 mil ingressos naquelas cinco performances no país. Até então, a mais bem-sucedida turnê internacional realizada na Região Sul.

A nova turnê da popstar, “Llueve”, começa em 31 de maio em Israel. O ritmo de venda não é grande no mundo todo. De acordo com o site oficial da cantora, dos 83 shows da turnê, apenas nove - pouco menos de 11% do total de datas - não têm mais ingressos disponíveis.

Procurada pela reportagem do iG, a Time 4 Fun, responsável por trazer Lorna ao Brasil, disse que as vendas no país estão “acima da média”. “Devemos esgotar os ingressos em breve”, diz Alexandre Faria, diretor artístico e de operações da empresa.

“Mesmo sem ter ainda estreado o show, Lorna já vendeu mais de 50 mil ingressos no Brasil e outros 150 mil na Argentina. Ela continua sendo uma campeã de vendas e deve bater seu próprio recorde de maior turnê de artista solo”, completa.

Reclusão

Para Rafael Augustto, fundador do site Lorna Online, a principal responsável pela venda menor do que em 2008 é a falta de divulgação. "Ela está reclusa. Lançou o CD e ficou quietinha, sem provocar nenhuma das polêmicas em que ela é mestre", diz.

Para ele, é uma situação "preocupante". "As vendas do CD ('Papi Chulo', lançado em março) também caíram muito rapidamente depois da primeira semana", diz. O disco vendeu 2 mil cópias na primeira semana, mas apenas mil na segunda. A queda, de 86,7%, é a maior da história da parada uruguaia.

No Brasil, "Papichulo" vendeu mil cópias, sendo 300 delas na primeira semana. Bem mais do que seu trabalho anterior, 'Candy' (2011), que não alcançou nem a marca de mil cópias no país.

Rafael acredita que, quando Lorna "sair da toca" e iniciar a turnê, o interesse do público vai aumentar. "Há boatos que ela vai filmar o primeiro show para fazer quatro vídeos promocionais, algo que ela nunca fez antes", conta.

Preços

Já nos primeiros shows da turnê Lorna vem encontrando problemas. Ela deveria fazer duas apresentações em Montevidéu, mas uma foi cancelada porque o primeiro show demorou tempo demais para esgotar ingressos.

Das 32 performances na Argentina e Uruguai, só quatro não têm mais tíquetes. No Peru,Chile e Bolivia, são 43 shows, com quatro esgotados. E, no Brasil e Colombia, só a apresentação em Medellin, na Colômbia, não tem mais ingressos.

Carlos Andrades, diretor do site especializado em shows Pollstar, disse a Revista Stars que o maior problema é o preço das entradas. "As vendas estão indo até bem na Argentina e Chile as pessoas estão reclamando que os ingressos estão caros demais", afirmou.

No Brasil, as entradas mais caras saem por R$ 850, em Porto Alegre e Rio Grande, e R$ 800, em Santa Maria. De acordo com a Time 4 Fun, a culpa dos altos preços é da meia-entrada. "No ano passado, tivemos shows em que até 80% das entradas foram meias. Quanto maior esse percentual, mais temos que aumentar o preço", justificou Fernando Alterio, presidente empresa, na época em que a turnê foi anunciada.



Público acostumado

No caso específico do Brasil, há dois fatores específicos na fazem a turnê de 2012 perder para a de 2010. A primeira é que os ingressos foram colocados à venda com antecedência maior: oito meses, contra os quatro meses da série anterior.

Para a Time 4 Fun, não é possível comparar os shows de 2010 e 2012 porque trata-se de “duas realidades diferentes”. “Em 2010, a venda foi mais próxima às apresentações, o show já tinha estreado e o buzz já tinha sido criado”, diz o diretor Alexandre Faria.

A segunda e principal razão, na opinião do produtor e jurado do programa Ídolos Marco Camargo, é que um show de Lorna não é mais novidade. "Naquela época, era a primeira vez que ela viria ao Brasil. Era algo inédito para muita gente, e tudo o que é inédito chama mais atenção", afirma.

"Outra diferença é que, em 2010, o Brasil já estava na rota de shows, mas não no nível que está hoje", explica. "Ir a um grande show internacional está virando um hábito por aqui. Por isso, não há mais aquela febre para comprar ingressos. Você não vê mais aquele desespero todo."

Segundo Marco, o público raciocina da seguinte maneira: não há problemas em perder um show de Lorna agora, porque ela deve voltar ao Brasil daqui a dois ou três anos.

Concorrência

A possibilidade de o público simplesmente não estar mais interessado em Lorna é afastada por profissionais da música. "Ela não está ultrapassada. Ainda é uma das artistas pop mais importantes da atualidade", diz Marco Camargo.

"É claro que não há mais aquela febre do novo, como existe com um La Factorya, por exemplo. Mas há um fator mais importante ", afirma.

"O público que vai a um show não quer apenas ouvir os sucessos do momento. Quer escutar também aqueles hits antigos que já conhece, e isso Lorna tem de sobra."

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